terça-feira, 16 de setembro de 2008

Lembranças verdadeiramente pueris

Quando pequena, eu gostava de me esconder dentro do guarda-roupa. Não por achar quentinho, escuro e confortável. Fazia isso quando alguém me repreendia, sempre justamente. Quando o guarda-roupa estava muito cheio de coisas jogadas, eu tinha que buscar um outro lugar para sumir. Eu achei que os pilares e a bancada do barzinho da sala serviam muito bem para isso. E, de fato, serviram por algum tempo, até que descobriram o meu esconderijo secreto. Então tive que criar um lugar só meu, discreto e eficiente. Foi aí que eu descobri que se o guarda-roupa fosse afastado um tantinho da parede, criava um espaço vazio perfeito para o meu abrigo. Eu ainda tinha a opção de alternar entre dentro e fora do guarda-roupa. Pensava que ninguém iria, nunca, me achar, e eu poderia chorar minhas mágoas tranqüilamente sem que ninguém me incomodasse. Claro, as mágoas de uma criança de 6 anos são por causa de uma roupa de boneca perdida ou pelo pai que foi trabalhar sem se despedir. Eu nunca tive mágoas maiores. Nunca apanhei dos meus pais nem de ninguém, e agradeço por isso. Um dia fui passear com o cachorro e esqueci de levá-lo na coleira. Ele pulou dos meus braços quando viu um cachorro grandão. Mas não porque gostava de se socializar: ele gostava era de brigar, mesmo sendo quase do tamanho de um rato desnutrido. Era um cachorro muito metido, tinha um latido esganado, que doía nos ouvidos, mas não metia medo nem nos gatos pequenos. Ai, ai, me faz falta. No dia que fui passear com ele e ele pulou dos meus braços para brigar, brigaram comigo, e isso me deixou extremamente ressentida. Fui me esconder atrás do guarda-roupa e aumentar a lista das mágoas infantis. Ainda tinha as idas clandestinas à padaria da esquina e à cigarreira da outra esquina para comprar chocolates e pirulitos muito doces que vinham com açúcar cristalizado e aromatizado artificialmente no saquinho com uma foto enorme das Spice Girls, todos querendo me transformar ou numa pequena obesa ou numa futura diabética ou nos dois. Os doces queriam. Meus pais não. Eu me escondia quando chegava em casa munida de uma feirinha básica de guloseimas e mandavam escondê-las, assim como as pipocas da Turma da Mônica que eu queria comer numa tarde só. Um pacote com vinte. E, surpreendentemente, eu não era uma criança gorda. Eu tinha uma colônia de vermes aqui dentro (é a única explicação plausível), porque eu era raquítica. Comia um boi, mas era raquítica. Sempre tomei remédio para engordar, a minha vida inteira. A não ser que só esteja fazendo efeito agora...

11 comentários:

Anônimo disse...

nessa epoca vc já falava sozinha?
kkkkkkkkkkkkkk

Juliana Lemos disse...

kkkkkkkkkkkkkk
(pra felicidade geral): sim, eu já falava sozinha...

Anônimo disse...

Ai que liiindo Juh ;x
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk³
Minina e você era tão magra assim? Oo
kkkkkkkkkkkk³

Unknown disse...

Quando eu era pequeno eu ia pra debaixo da mesa namorar nú com minha namoradinha (isso com 3 ou 4 anos. Não lembro bem)!
kkkkkkkkkkkkk
Cada qual com seu James Brown!
:D:D:D

Anônimo disse...

Aiii juu, que legaal!
kkkkkkkkkkkkkk
Anderson devasso :O
E ju, gostava de ir na esquina já? oO Tão novaaa!
kkkkkkkkkkkk
brincando ;)
Ótima como sempree!

CLARIDÃO disse...

a infância é azul.

Dan Souza disse...

Amarelinhaa..
Ela tem um grande trauma de infancia...
Ela estudou comigo..
(6)
kkkkkkkkkkkkkkkkkk..
=P

Dan Souza disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk..
realmente, passado negro!
ah! vou colocar teu blog nos meus links aqui...=D

alineaimee disse...

fofas as suas memórias =)

Anônimo disse...

é...tô ligadaque você gostava de se esconder nos guarda-roupas...em baixo das mesas...mas esqueceu de um detalhe no texto, num foi? =X
amoo³

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Ai ai, Juliana num existe naum!
hahaha

Mto engraçado!

Anderson, poxa, que infância legal a sua, desde pequeno já "namorava pelado"!
hahhahaha

Sorte que vc e juliana não se conheceram antes, ou azar, vai saber!kkkkkkk

Brincadeirinhaaa!

Abraço!