quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Com valor real

Hoje me disseram que eu não iria para o céu. Simplesmente, por eu ter criado coragem de afirmar a minha crença deísta, apesar do meu profundo respeito pelas outras doutrinas. Quando cheguei em casa, meus primos discutiam sobre religião. Falavam dos agnósticos e dos ateus sem julgamento nenhum. Até que me perguntaram:
- Você é agnóstica, é?
- Não.
- Ela é cristã!
- Não, mas eu acredito em Deus.
Bum! Imediatamente considerada herege, ateu, alguém que não vai entrar no céu porque Deus não quer. Mas como, se eu acredito Nele? Então ele vai me deixar de fora porque não segui os ramos do Catolicismo. Cada um tem a sua crença, sabe em que se fundamentar. Aliás, tem discernimento suficiente para escolher em que acreditar, sem aquela pressão que a família costuma fazer. Eu nasci e cresci num ambiente em que basicamente todas as pessoas são católicas praticantes. Respeito a escolha de cada um, e esperava que a minha escolha por uma filosofia mais amena e sem muita cobrança comigo mesma fosse respeitada também. Não ser cristã não faz de mim uma pessoa má. Quem me conhece, sabe do que eu estou falando. Inclusive, andei procurando significados para a palavra "maldade", mas não achei nenhum que se encaixasse no contexto preterido. Se ser uma pessoa má está relacionado a matar, roubar e etecetera, então os xiitas islâmicos são maus porque matam a si e a inocentes pela crença? Mesmo matando em nome da fé? Mas Deus não é um só para o mundo inteiro? Entra a questão dos politeístas, que cultuam infinitos deuses, cada um com uma função diferente. Fica a dúvida: cada um desses deuses tem um céu diferente ou eles dividem o mesmo espaço? Sei não, sei que Buda deve ter um espacinho lá no céu também, sem falar nos deuses das tribos africanas e indígenas de todas as partes do mundo.
Por isso que eu digo e repito: não se mexe com a fé de ninguém, mesmo que seja exótica. Cada um sabe do seu. Tem tanta gente mal-educada com uma religião definida (e ainda é praticamente), enquanto outras tantas pisam na igreja de ano em ano e são finérrimas.

E viva a liberdade... (assim mesmo, meio no ar).

5 comentários:

Anônimo disse...

a minha fé com a sua fé são duas fezes! =P

Rebeca Ribeiro disse...

Achei engraçado o final do texto! Não sei se acontece com você, mas comigo é sempre: terminar o texto e não saber como encerrá-lo! Aí pra quem tá lendo fica assim... Um vácuo... Mas, pensando bem, deve haver alguma figura de linguagem que classifique isso! hehehe

Ah... Fico feliz de saber que você acompanha meus devaneios...

beijo!

Rebeca

Unknown disse...

"Uma crença não é mais verdadeira por ser unânime, nem menos verdadeira por ser solitária"

Anônimo disse...

É verdade...O Deus é um só, não dá pra discutir religião não :x
;*

Anônimo disse...

Valew Juliana! Disse tudo! Tô contigo e não abro!
hahahaha