sexta-feira, 16 de maio de 2008

Amores impossíveis e tão previsíveis...

Quando eu procurei Danilo naquela dia, não pensei que iria mudar meus conceitos a seu, meu e nosso respeito. Aconteceu tudo tão rápido que acabou sendo imperceptível. Danilo sempre me acalentou em momentos ruins, e daquela vez não foi diferente. Danilo estava em casa, sem Lorena. A presença dela me incomodava um pouco, então sempre o visitava quando ela não estava. Lorena era uma mulher mordida de ciúmes, menos de mim. Isso me confortava quanto a estar na companhia de Danilo, mas não me confortava quando era ela que estava perto.
Danilo sempre me recebia em sua casa com muitos abraços quando eu estava em prantos. Ele já sabia sempre o motivo: Luan, um homem verdadeiramente infiel, porém possessivo. Naquela noite, eu havia o deixado. Eu já havia agüentado maus tratos por muitos tempo. Danilo estava pronto para me ouvir. Sempre estava.
Toquei a campanhia e ele me recebeu, com o carinho de sempre: o carinho de um amigo que ajuda nas horas difíceis. Não sei se foi a minha carência, as circunstâncias ou qualquer outra coisa que me fez olhá-lo de outra forma. Com o abraço, vieram as carícias leves, aquelas no tronco superior durante os abraços: rosto, costas, braços. Danilo preparou uma bebida para nós, e sentou, esperando, atento, o começo do meu desabafo. Não consegui.
Talvez, o que estava travado na garganta só saísse para Luan. Um misto de ódio e alívio, que teria que sair de qualquer forma, nem que fosse dito ao espelho. Naquela hora eu sentia um pouco de vergonha. Era como se o que fosse dito pudesse ser usado contra mim. Como se Danilo fosse pensar que eu ainda amasse Luan. Então, tentei buscar dentro de mim mesma o porquê daquele pudor todo.
Foi nesse momento que descobri que a minha vida estava pior que antes: me vi apaixonada por Danilo.

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